terça-feira, 2 de junho de 2009

Faróis - Faça-se a luz

Pedro Cerqueira - Estado de Minas

Do advento do automóvel até os dias de hoje, muitas mudanças já aconteceram para que faróis chegassem ao formato atual. Primeiras lanternas eram acesas com fósforos

Fotos: Editora Gráfico Burti/Reprodução 


Primeiro farol escamoteável estreou num Cord 810, de 1936

Quem hoje liga o farol do carro com o simples acionar de um botão não pode imaginar como essa tarefa podia ser trabalhosa nos primórdios da história do automóvel. No começo, nem mesmo as lâmpadas eram utilizadas. Os primeiros automóveis eram verdadeiras carruagens sem cavalos e, semelhante a esses veículos tracionados por animais, o equipamento de iluminação (quando existia) nada mais era do que duas ou três lanternas à vela. Outra opção era usar lanternas a óleo ou querosene. Como o alcance máximo dessas lanternas era de cinco metros, esse sistema servia mais como sinal de presença e posição do que para iluminar o caminho.

Naquela época, a velocidade dos carros não passava muito dos 15 km/h. Mas à medida que os automóveis ficavam mais velozes, surgiu a necessidade de melhorar seu sistema de iluminação. Mesmo porque os sistemas de freio daquela época não eram muito eficazes. Eis que, no começo do século 20, vários automóveis começaram a utilizar uma nova técnica de iluminação à base da queima do gás acetileno. O acetileno era obtido por meio de uma reação química que acontecia na própria lanterna com a mistura de água e carbureto. Para a chama não apagar, a lanterna era protegida por um vidro.

Evidente que acender esse equipamento não era tarefa simples. Primeiro era necessário abastecer os reservatórios com água e carbureto. Para dar início à reação química que liberaria o gás, deixava-se a água gotejar sobre o carbureto. Quando o gás acetileno começava a se formar era a hora de acender o farol com um fósforo. Isso sem contar a dificuldade de limpar e desobstruir os dutos do sistema e o mau cheiro do gás. Com o tempo, a ignição do farol deixou de ser feita com fósforos e passou a ser realizada de dentro do carro com o uso da centelha elétrica produzida pelo magneto que alimentava as velas do automóvel. A própria mistura necessária para a reação também começou a ser comandada de dentro do automóvel com o uso do acetileno comprimido dentro de pequenos botijões.

Eletricidade
Apesar de a eletricidade ter sido usada para iluminar ruas e mover bondes desde 1880, seu uso nos automóveis ainda demoraria um tempo. Na época, as lâmpadas elétricas duravam pouco porque o vácuo em seu interior não era perfeito e permitia a combustão do filamento. O próprio filamento era frágil e não resistia à trepidação. Por volta de 1910, o filamento de tungstênio, já usado nas lâmpadas, mas muito quebradiço, foi trabalhado e ficou mais flexível, resistente e capaz de funcionar a temperaturas muito mais altas. Isso resultava numa lanterna capaz de emitir mais luz. 


Selado: o silibim juntava numa única peça a lâmpada, a lente e o refletor. Para obter gás acetileno, reservatório superior gotejava água sobre o carbureto

Outro problema das lâmpadas, o vácuo parcial, também foi resolvido na época substituindo-o por gás inerte (90% argônio e 10% nitrogênio). A luminosidade da lâmpada aumentou em 20%, porque o filamento foi enrolado em espiral. O advento que permitiu de vez que os faróis elétricos fossem adotados nos automóveis foi o motor elétrico de partida compacto. O motor ainda era usado como gerador, que carregava a bateria de seis volts. A partir daí, já que a bateria era automaticamente recarregada pelo gerador, foi possível adotar outros equipamentos elétricos, como a iluminação.

Evolução
Por volta de 1918, vários automóveis já vinham equipados com faróis elétricos. Porém, por iluminar menos que os de acetileno, os faróis elétricos só o substituíram de vez no início da década de 1930. Mas o desafio agora era aperfeiçoá-los. Os dois principais vilões eram a poeira e a umidade. Uma solução foi o desenvolvimento de um farol de peça única, com lente e refletor numa unidade hermeticamente fechada e cheia de gás inerte.

Esse foi o precursor do "silibim" americano (apropriação brasileira para Sealed Beam, que pode ser traduzido como "facho selado") lançado cerca de 20 anos depois, em 1939. A diferença entre os dois é que no centro do refletor do primeiro modelo havia um alojamento transparente em que se encaixava uma lâmpada por fora, com a vantagem de não interferir na atmosfera selada do farol. Já no silibim, os filamentos fixavam-se no próprio refletor e tinham contatos externos.

No início da década de 1960 começaram a ser usadas lâmpadas com gases halógenos que aumentaram sua durabilidade e luminosidade. Nos anos 1970, foi lançada a lâmpada halógena com dois filamentos. A evolução seguinte foram as lâmpadas de descarga de gás. Sem filamento, a luminosidade nessa lâmpada é obtida pela descarga elétrica num gás, geralmente o xenônio. Paralelamente às lâmpadas de descarga de gás foi desenvolvido o Diodo Emissor de Luz (também conhecido como LED), apontado como uma tendência para o futuro. Sua desvantagem ainda é o preço elevado.

Fonte: Vrum

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